Segunda-feira, 29.08.11

"Angel Of Mine"

Capítulo 12 - O Rio

 

 

 

 

 

Não consegui parar de pensar na minha conversa com Carlisle, o que por um lado, não ajudou a aliviar a preocupação que sentia por Edward estar em Seattle.
Com que então, Edward não era um vampiro qualquer. Não sei como ele podia ter deixado um facto tão importante como esse de fora.
As palavras de Carlisle não abandonavam a minha mente "chamam-lhe o vampiro dos vampiros"
Já tinha aceite o facto de Edward ser um vampiro, de que o mundo era um lugar bem mais assustador e estranho do que eu alguma vez pensara.
No entanto, era difícil para mim aceitar este novo facto, mas tentei que não abalasse a confiança que tinha nele.
Tentando por de lado os acontecimentos dessa tarde, concentrei a minha mente no dia de amanha. Mal conseguia esperar para estar com ele de novo. Enquanto não o tivesse de novo ao meu lado, não me sentiria segura ou alegre, apenas preocupada e triste.
A noite veio, e sem dar por ela, envolveu-me num sono sem sonhos.

*

Sábado amanheceu brilhante e claro, podia esperar-se um dia de sol.
Não sabia a que horas Edward tencionava aparecer, por isso fiz questão de me levantar bem cedo, para poder estar pronta quando chegasse.
Tomei um duche rápido. Queria relaxar debaixo da água quente, mas não surtiu grande efeito. Mal podia esperar para estar com ele outra vez. Não me lembrava de alguma vez na minha vida me ter sentido tão ansiosa.
Vesti uma roupa prática, uma camisola azul e umas jeans, e desci para a sala, à espera de algum indício dele.
- Bella, estás aí? – Jacob chamou-me da cozinha. Não acredito que ele já estava levantado?! Jacob não era de todo uma pessoa matinal, devia haver alguma razão para ter acordado tão cedo a um Sábado.
- Sim, Jake estou na sala.
Liguei a tv e comecei a fazer zapping, não reparando em nenhuns dos canais pelos quais passava. Jacob veio juntar-se a mim enquanto devorava uma sandes enorme.
- Jake isso é tudo fome?
Nem me respondeu, deu outra dentada na sandes.
- Bella, o Charlie ainda está a dormir. Chegou bastante tarde ontem. – Informou-me. Acabou de mastigar enquanto falava. – Podes dizer-lhe que vou passar o dia à reserva? O Paul convidou-me.
- Eu também vou sair, mas já o avisei. Deixa-lhe um bilhete.
Enquanto conversava com Jacob, mantinha-me alerta ao mínimo sinal da chegada de Edward.
- Vais sair com quem? – Jacob soou desconfiado de repente.
Pensei durante um momento, e cheguei à conclusão de que não me valia de nada mentir-lhe.
- Com o Edward Cullen. Ainda não o conheces, não fostes ao jantar.
Ouviu-se um barulho lá fora. Precipitei-me para a janela para ver o que era. O meu coração pulou quando vi, parado lá fora, um volvo prateado.
- Bem Jacob, vou indo. Manda um beijo ao Paul.- Falei tudo tão rapidamente, que não tinha a certeza de que ele compreendera uma palavra sequer. - Até logo. – Gritei-lhe já na porta da entrada.
Quase corri em direcção ao volvo, mas tentei parecer calma, quando o alcancei. Edward, como um perfeito cavalheiro, saiu do carro para me abrir a porta.
- Bom dia. – Mostrou-me o seu maravilhoso sorriso. Parecia que ultimamente tinha sempre um sorriso nos lábios.
- E então para onde vamos? – Perguntei-lhe, tentando manter o foco.
- Para onde quiseres, a escolha é tua.
Tentei pensar num sítio, mas não me ocorria nenhum. Queria ir para um lugar onde pudéssemos falar sem medo de que alguém ouvisse. Por um segundo, temi ficar sozinha com ele, num sitio que fosse deserto. Mas depois desse breve instante, tentei acalmar-me, Edward não tinha feito nada para me magoar até agora e, supus, já tinha tido bastantes hipóteses ao longo de todos estes anos.
Havia um sítio, onde o meu pai costumava levar-me quando eu era pequena, quando saía para pescar. Ficava embrenhado na floresta, e o acesso não era o mais fácil, mas era um lugar lindo. O rio de água límpida corria silencioso, e a vegetação era rasteira e agradável, com pequenas flores coloridas aqui e além.
- Edward, acho que já sei. Sabes onde fica o trilho para o rio?
- O rio? – Parecia surpreso.
- Sim. Sabes onde fica?
- Para norte da reserva, La Push.
- Conheces a reserva?
- Sim, conheço. – O seu tom de voz saiu diferente, mais sério. Perguntei-me quando ele teria lá ido.
- Por mim tudo bem. – Continuou.
Coloquei o cinto de segurança, enquanto ele arrancava a grande velocidade.
Em menos de quinze minutos, encontrávamo-nos na entrada da floresta que dava acesso ao rio. Ele estacionou o carro e juntos começamos a descer o caminho de terra.
Ele mantivera-se estranhamente calado, depois da sua referência a La Push, tomei nota mentalmente de mais uma pergunta para mais tarde lhe fazer.
O dia era de sol, o que tornava a visão do rio ainda mais bela.
- E então o que achas? – Perguntei-lhe de forma a quebrar o silêncio.
- É lindo. – Olhou-me, a sua voz já mais calorosa do que antes.
Sentei-me no chão, por entre as ervas daninhas e as pequenas flores brancas. Pouco depois ele sentou-se do meu lado.
Durante uns momentos, ficamos ali em silêncio, apenas a contemplar aquela beleza natural, a água brilhante à luz do sol, o silencio apenas quebrado pelo som dos pássaros nas árvores da floresta que se estendia para lá do rio.
- Então... Posso fazer-te uma pergunta? – Estava receosa da sua reacção.
- Só uma? Pensei que nesta altura teria milhares delas para me fazer.
- Hum... Na verdade sim. – Sorri envergonhadamente.
Continuou a olhar em frente, a expressão calma.
- O Carlisle falou-me da vossa conversa.
Bem ele foi directo ao assunto. Percebi que esse facto não lhe tinha agradado, mas não se mostrou chateado comigo, apenas um pouco aborrecido, talvez desejasse ter sido ele a revelar-me todas aquelas coisas.
- Ele só me contou tudo aquilo porque eu estava preocupada.
- Não tinhas de te preocupar.
- Não podes pedir-me isso. É claro que me preocupo contigo...
- Disse-te que não te preocupasses. – Não sei porque continuava a insistir nisso. Como podia não me preocupar?!
- Não vou fazer algo só porque me pedes para o fazer. – Parecia que íamos iniciar a nossa primeira discussão, mas não podia permitir que me disse-se como agir. - Preocupo-me porque és importante para mim, caso contrario nem me daria ao trabalho... - Interrompeu-me pousando um dedo na minha boca.
- Fico contente por saber que sou importante para ti. Acho que já deixei claro que sinto o mesmo. – Voltou a presentear-me com o seu sorriso e de repente todas a ideias de discussão ficaram para trás. - És a pessoa mais importante para mim. – Pegou na minha mão e acariciou-a suavemente. - Não imaginas os sentimentos que despertas em mim.
Senti as bochechas a arder, um sinal óbvio de que estava a corar.
- Acho que não preciso de te dizer o que significas para mim. – Comecei, não sabendo muito bem como me expressar, nunca me tinha sentido assim por nenhum outro rapaz. – Nunca me senti assim, não sei explicar.
- Bella não precisas de me explicar nada. O simples facto de estares comigo aqui diz tudo.
Aproximou-se lentamente, talvez para me dar tempo de me preparar e não ser apanhada de surpresa como antes.
- Espero não te assustar desta vez. – A memória do nosso primeiro beijo parecia ainda bem viva na memória dele, tal como na minha.
Pousou as duas mãos cuidadosamente no meu cabelo, enquanto eu via o seu rosto aproximar-se um pouco mais. Fechei os olhos, o coração já aos pulos.
Deixei-me envolver pelos seus braços, enquanto o beijo passava de suave a urgente.
Não se podia comparar a nenhum dos nossos outros beijos. Foi o mais quente, o mais apaixonado. O mundo podia ruir à nossa volta, e eu nem daria por isso.
Separamo-nos ao fim de algum tempo. A minha respiração estava acelerada, e as minhas mãos ligeiramente trémulas.
- Não estás a pensar sair a correr, pois não? – Falou com nítida ironia na voz, fazendo alusão ao nosso primeiro beijo. Eu tinha razão, ele mantivera-o fresco na memória.
Baixei os olhos, um pouco envergonhada.
Não sabia o que mais lhe dizer. Naquele curto espaço de tempo, sem grandes palavras, parece que ficou tudo dito.
- Edward, uma das coisas que o Carlisle me disse, deixou-me um bocado perturbada.
Odiava estragar o ambiente maravilhoso que se havia criado entre nós, mas mais tarde ou mais cedo ia acontecer.
- Qual das coisas, exactamente? – Parecia mais sério de novo. Definitivamente, não era um assunto que lhe agradava.
- Ele contou-me que os teus olhos dourados têm uma razão de ser.
Não sabia como expor a questão da melhor maneira, por isso deixei que fosse ele a abordar o assunto como bem entendesse.
- É verdade. São um fardo que carrego, uma responsabilidade que me foi incumbida, mas que sempre foi indesejada. São um aviso para que se mantenham afastados. – Olhou-me e nada nos seus olhos me dizia para me manter afastada, muito pelo contrário, eram simplesmente cativantes.
-Não acredito nisso. – Falei sem me aperceber, levada pela emoção que os seus olhos me transmitiam.
- É a mais pura das verdades.
Apertei mais a sua mão fria de encontro a minha, na esperança de que o nosso toque o fizesse perceber da seriedade das minhas palavras.
- Edward, espero que saibas, que nada disso vai fazer afastar-me de ti. – Tentei falar com a maior convicção que consegui, que era exactamente o que eu sentia. Sabia-o. Nunca nada me poderia roubar dele.
- Ainda há muito que não sabes sobre mim, não faças promessas que não podes cumprir. – A sua afirmação pareceu entristece-lo. Mas a mim apenas me confundiu. Não consegui perceber o que queria dizer com aquilo ao certo.
- Edward, não estás a ouvir. Nada do que poderás ter feito me vai assustar. Não sei se já reparas-te, mas não me assusto facilmente. – Disse com alguma ironia, tentando anima-lo.
Não pareceu surtir efeito. A nossa conversa anterior tinha-o deixado perturbado. Tentei pensar numa maneira de aliviar a tensão que se sentia no ar.
- Então não me vais contar como foi a tua viagem? – Tentei soar casual, mas no fundo também estava curiosa.
- Correu bem. Estavam impacientes, mas já consegui acalma-los um pouco.
- O que vieram cá fazer?
- São a minha guarda de honra. – Disse o termo com nítido desdém. – Como se precisasse deles para me defender.
- Então eles vieram ver se estavas bem?
- É mais ou menos isso. – Pareceu ponderar na melhor maneira de expor a questão. – Eles queriam mudar-se para cá, para me vigiar.
- Porque fariam isso? – Não conseguia conceber a ideia de uma data de vampiros a mudar-se subitamente para Forks.
- Querem ter a certeza de que estou em segurança. São verdadeiramente chatos.
Não consegui conter um riso abafado.
- Nunca te ouvi falar assim.
- É porque não os conheces. São apenas bajuladores que procuram protecção de alguém mais poderoso que eles. São chatos e irritantes.
Ri-me de novo.
- Estás te a rir de que?
- De nada.
- Estás a achar piada?
- Um pouco... - Ri-me de novo, cada vez se tornava mais engraçado. – Tu não?!
- Nem por isso... talvez achasse piada se soubesse de que te ris
Abanei a cabeça num gesto negativo, e ri-me um pouco mais. . Riu-se também, e a sua gargalhada era, aos meus ouvidos, o som mais belo que podia existir. Finalmente estava a desfrutar realmente da sua companhia. Como se fossemos apenas duas pessoas normais rindo de um assunto banal.
Rimos um pouco mais, até que, cansados, nos deixamos cair na relva, lado a lado e em silêncio, a contemplar o céu que se mostrava azul, com pequenas nuvens brancas e de aspecto fofo a pairar aqui e além por entre a imensidão de azul claro.

 



Constança às 22:00 | link do post

De Kate18 a 31 de Agosto de 2011 às 00:50
Adorei! Continua estou ansiosa para o próximo capítulo ;)


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