Emmett deixou-me a sós com Kristen para que pudéssemos conversar mais calmamente. Não sabia muito bem por onde começar. Aliás, ainda estava um pouco chocada por saber da minha verdadeira vinda ali.
- Pareces um pouco perdida – Disse Kristen num tom amigável enquanto embalava o pequenino.
Ainda não o tinha visto. E nem queria vê-lo antes de ter a certeza que seria meu.
- Tudo isto foi demasiado repentino para mim, admito.
- Compreendo. Compreendo tudo isso. E se queres a minha verdadeira opinião para mim também o foi. No entanto, não me arrependo do que estou a fazer.
- E... o que estás tu realmente a fazer? – Perguntei.
- Quando Emmett me veio procurar eu sabia que tinha algo relacionado contigo. Não me perguntes porquê porque, sinceramente não sei. Ele parecia desesperado. Ele tinha-se ausentado por umas horas e tu tinhas desaparecido. Ninguém sabia de ti. E ele precisava de saber onde estavas e eu também. Nós tínhamos feito um acordo muito sério Rosalie e eu fiquei com medo que tu tivesses desistido.
- Não. Nunca iria desistir disso. Mas se eu aceitasse e cumprisse o acordo, arriscava-me a ficar sem Emmett. Nada disto iria fazer sentido sem ele. Peço desculpa pela minha ausência mas não sabia mesmo o que fazer.
- Não te preocupes com isso agora. – Disse sorrindo – O que importa é que estás aqui.
- Posso perguntar-te uma coisa, Kristen?
- Claro. Força.
- Achas que ele – Referindo-me a Emmett – aceita de bom grado isto ou está a apenas a tentar fazer-me feliz?
- Ao princípio estava um pouco de pé atrás, admito. Tanto ele como eu. Eu não o conhecia e ele veio com a história de que queria tomar conta do meu filho e assim... mas vi o quanto ele gostava de ti, o quanto ele te amava. Ele faz isto por ti mas acredita, ele está apaixonado pelo rapazinho.
- É um rapaz? – Disse não contendo um sorriso.
- Sim mas ainda não tem nome. Vou deixar essas coisas para ti. Queres vê-lo?
Queria. Queria muito mas, ainda não estava totalmente convencida.
- Vais deixar-mo assim? Sem mais nem menos? Sabendo apenas pequenas coisas sobre mim mas sem nenhuma certeza absoluta? E como saberei eu que passados uns anos não virás para buscá-lo de novo? Como poderei ter a certeza disso?
- Tanta pergunta! Eu confio em ti. E depois da conversa que tive com Emmett passei a confiar ainda mais. Não tenho quaisquer dúvidas que serás a mãe perfeita para o rapazinho. E, como podes ter reparado, não o chamo "filho". Porque ele não é meu. Já não é. É teu. E, por isso mesmo não voltarei mais. Prefiro não ter nada a ver com essa criança. Para além disso... – Disse, mostrando um bilhete de avião – Estou de partida amanhã de manhã bem cedo e para bem longe daqui!
- E o Taylor? O teu marido?
- Ex. Ex marido. Com ele não terei de me preocupar mais. Está arrumado.
Arregalei os olhos e engoli em seco. Preferi não continuar mais a conversa visto que estava a seguir um caminho estranho.
- Bem, queres vê-lo?
- Quero. – Disse com a maior certeza do mundo.
Kristen destapou o bebé para que eu pudesse ver-lhe a cara.
- Espera! – E virei a cara.
Abri a porta do quarto e chamei Emmett que estava encostado à parede com um ar nervoso. Sabia que ele já o tinha visto mas, mesmo assim, queria vê-lo com ele como se fosse a primeira vez.
- Vem. Vamos conhecê-lo.
Kristen tirou a manta ao bebé e pude vê-lo pela primeira vez. O mundo parecia ter parado ali, naquele preciso instante. Não havia sentimentos nem palavras suficientes para descrever o que sentia. Estava maravilhada pela beleza daquela pequenina e perfeita criatura. Apertei a mão a Emmett que estava igualmente maravilhado com tudo aquilo. Finalmente poderíamos ter a família que sempre quiséramos.
- Posso pegar-lhe? - Perguntei a Kristen mas nunca parando de olhar para ele.
- Lembra-te, é teu. Não precisas de me pedir autorização para nada.
Peguei com cuidado aquele ser tão perfeito. Sentia-me tão feliz que me apetecia gritar ao mundo que era a pessoa mais feliz do mundo. Já não via aquele bebé como o bebé da Kristen mas sim como meu.
De repente, acordando do seu sono, o bebé abriu os olhos. Os olhos eram de um azul profundo, lindos. Emmett suspirou e abraçou-me pela cintura. Ficámos assim, abraçados, a olhar para o nosso filho. Sim, porque era isso que ele era.
- É o nosso filho, Emmett.
- Pois é. – Afirmou.
E, dito isto, poderia jurar ter visto um pequeno sorriso a surgir nos lábios do bebé.