Nem tive tempo para pensar no que estava realmente a acontecer já Jacob tinha Renesmee nos braços para a levar para o laboratório improvisado de Carlisle. Fui atrás dele sem saber muito bem o que fazer e o que pensar. Sim, porque a minha cabeça tinha apenas os piores pensamentos que podiam surgir numa altura destas. Só pensava se ela iria conseguir sobreviver a isto tal como Bella fizera uns anos atrás. Quando finalmente chegámos, Jacob deitou-a na maca. Renesmee contorcia-se de dores e o sangue na maca era cada vez maior. Sei que tive de respirar fundo para não entrar em paranóia com aquele sangue apetitoso à minha frente. Mas, desta vez, não iria fazer asneira. Ela era a minha sobrinha e nunca a iria magoar, muito mais matar. Agarrei na mão de Renesmee mas, quando o fiz, Jacob rosnou para mim.
- É melhor afastares-te.
- Eu não a vou aleijar. – Disse prontamente.
Jacob olhou para mim seriamente durante alguns segundos até que disse:
- Se lhe fizeres mal estás feita comigo.
- Jacob!
Carlisle entrara com Edward.
- Se querem ficar aqui têm de se acalmar – ordenou Carlisle enquanto examinava Renesmee – Consegues estar aqui Rose?
- Sim. Conheço os meus limites.
- Eu não sei se sabem mas eu estou cheia de dores e vocês continuam a conversar! – Gritava Renesmee – Por favor, façam isto acabar.
- Tem calma, meu amor. Vai tudo correr bem. – Tranquilizava Edward.
Estava sempre atenta às expressões faciais de Edward que traduziam de alguma forma aquilo que Carlisle estava a pensar. E, quando Edward ficava mais branco que o habitual algo de mal se passava. Tal como estava a acontecer naquele momento.
- O que é que se passa? – Murmurei.
Carlisle pegou no bisturi e rapidamente fez uma incisão abrindo a barriga de Renesmee. Esta, gritou ainda mais alto.
- E se lhe dessem algo para as dores, não? – Perguntou Jacob que já não sabia bem o que fazer.
Carlisle não lhe respondera. Aliás, estava tão concentrado em Renesmee que não ouvia as minhas súplicas nem as de Jacob. Edward era o único que se mantinha informado e, a julgar pela cara dele, as coisas não estavam a correr de feição.
- Carlisle... - Murmurou Edward – temos mesmo de fazer isso?
- Isso o quê? O que é que se passa?
Jacob tremia por todos os lados. As veias do seu pescoço e dos pulsos estavam cada vez mais salientes e eu temia que ele perdesse o controlo. Carlisle largou o bisturi e sentou-se na pequena poltrona ao lado da maca. Pôs as mãos na cabeça e suspirou. Pela primeira vez via um Carlisle arrasado e sem saber o que fazer. Sem qualquer iniciativa e sem qualquer força para continuar. Sentei-me ao lado dele e dei-lhe a mão.
- Carlisle...
- Rosalie não sei o que se passa. Pela primeira vez tenho medo. Medo de as matar às duas. Tanto a Nessie como a Sarah.
- Tu consegues. Sempre o conseguiste. Tu és o melhor médico que eu já vi. E tens as melhores aptidões para tal. Tens a experiencia de imensos anos de estudo! Todos nós contamos contigo. Nunca nos deixaste mal e não é hoje, logo hoje, que isso vai acontecer.
Carlisle sorriu, passou a mão pelo cabelo e levantou-se.
- Ok. Vamos a isto.
Com a rapidez e mestria Carlisle debruçou-se sobre Renesmee.
- Eu – Disse com dificuldade – Vou morrer?
- Claro que não. – Disse Jacob com uma lágrima no canto do olho – Não.
A atmosfera estava pesada e todos nós tínhamos consciência de que esta história podia não ter um final feliz.