Sábado, 23.06.12

"Into The Moon"

Capítulo 30 - Take A Bite Tonight

 

 

 

 

 

Não adianta discutir com Alice. Irritantemente ganha sempre. Discutir com ela é como entrar num jogo sabendo que vamos perder. Não vale a pena. Deixei que organizasse o que quer que fosse que ela andava a preparar. Com certeza, não seria algo impossível de suportar, além de que, adorava ver o seu sorriso feliz quando andava atarefada de um lado para o outro.
Quando os primeiros raios de sol entraram pela janela do nosso quarto, Edward deu-me um leve beijo doce, sussurrando um alegre 'Feliz Aniversário'. Delicadamente abriu a minha mão e colocou uma caixinha de veludo, assim me pareceu antes de abrir os olhos.
- Espero que gostes. – murmurou ao abandonar os meus lábios.
A pequena caixa de veludo azul-escuro envolvia um delicado anel prateado que era ofuscado pela pedra preciosa que sustinha. A pedra, cor âmbar, brilhava reluzindo sob a ténue luz solar de uma manhã que ainda agora nascia.
- Combina com os teus olhos. – sussurrei maravilhada.
- E com os teus. – disse colocando o anel no meu dedo. – Fica perfeito.
- Obrigado. – suspirei para um rosto que me observava maravilhado. Encostei os meus lábios aos seus e entrelacei os meus braços no seu corpo. Saboreei a textura dos seus lábios açucarados e ficámo-nos naquele aconchego do amanhecer que tranquilamente invadia o nosso quarto.
O céu da manhã estava limpo, o sol brilhava mais do que nunca lá fora. Raro aqui em Forks. Espreitei para o espesso manto florestal por uma das grandes vidraças da biblioteca da casa grande. Tentei como que guardar na memória aquela imagem, que em tempos foi tão importante para mim e me deu tantas alegrias assim como foi onde enfrentei grandes perigos. Senti uma ponta de nostalgia: em breve iríamos embora daqui.
Foi então que me apercebi - o que não era a primeira vez que acontecia - Forks seria o lugar mais marcante da minha existência. E que, independentemente do lugar para onde iríamos viver, Forks estaria sempre no meu coração, nas minhas memórias mais antigas e bem guardadas.
Os meus pensamentos foram interrompidos pela entrada de Carlisle.
- Bella estás aqui... interrompo algo? Só preciso de uns documentos para voltar para o hospital...- interrompeu-se como se visse algo que lhe chamara a atenção. – Passa-se algo?
- Não, nada. Está tudo bem. Precisa de ajuda?
- Não querida, obrigada. – mas ele não me pareceu convencido. – Bella se precisares de conversar, estás à vontade.
- Obrigada Carlisle. – murmurei afastando os meus últimos pensamentos. Saí da divisão dando um último olhar longínquo pelo vitral.
Procurei a minha filha no jardim, porém, estranhamente não estava lá. Nessie estava com um entusiasmo extra, contagiante, e um brilho nos olhos de quem anseia por algo – logo de manhã veio ter ao nosso quarto e deu-me os parabéns.
- A Nessie está na cozinha a ajudar nos preparativos. – disse Esme quando eu me preparava para chamar por ela.
– Está descansada que eu escolho a roupa dela. - interveio Alice.
Esme piscou-me o olho num rápido 'até já'.
- Deus nos livre se alguém decide vestir-se sem o teu consentimento, Alice.- resmunguei.
- Engraçadinha. – suspirou pondo a língua de fora.
Edward apareceu-lhe por trás, fazendo cócegas.
- Ahah! Outro engraçadinho...até parece que eu não sabia o que tu ias fazer...
- Não sabias porque decidi agora mesmo. – retorquiu o meu amor com um entusiasmo extra.
- Vocês os dois vejam lá se não se distraem e se atrasam... quero-vos a horas porque...
- Sim, Alice! – dissemos em uníssono, o que arrancou algumas gargalhadas à minha filha.
- Mamã isto é para ti. – disse Nessie que entrou na cozinha carregando um pequeno embrulho.
Cuidadosamente desfiz o laço e retirei o papel que envolvia uma pequena caixa. Abanei suavemente o pacote de forma a poder adivinhar o que estaria lá dentro.
- Não abanes Mamã. Pode partir... - murmurou. Sorri perante o gesto doce da minha pequena.
- Não parte assim Nessie... – sussurrou Edward ao seu ouvido.
- Tu sabes alguma coisa disto? – perguntei.
- Eu? Não.- respondeu sem demora.
- O Papá foi comigo e pagou mas fui eu que escolhi! –admitiu Nessie rindo.
Olhei para o seu rosto perfeito sentindo-me vitoriosa por tê-lo apanhado. O sorriso que me devolveu – completamente descarado e triunfante – provocou uma alteração na energia presente na sala. Como se um furacão nascesse dentro de mim.
Cuidadosamente abri a caixinha e lá dentro estava uma pequena almofada envolvida por um elegante fio de prata. Delicadamente fui separando o fio da almofada, até chegar ao seu pendente – um pequeno medalhão vintage com uns desenhos em relevo, bastante delicados.
- Então gostas? – perguntou a pequena com a ansiedade a tomar conta da sua voz de sino.
- É lindo meu amor. Adorei.
- Abre! – insistiu.
Abri o pequeno medalhão e lá dentro tinha uma pequena fotografia na qual constavam eu, Edward e ela. Esta foto era bastante diferente da que estava no medalhão que lhe ofereci há uns anos atrás: tanto eu como Edward parecíamos mais maduros e Nessie estava nitidamente mais crescida.
- Adoro. – abraçei a minha filha, sentindo o aroma a mel dos seus cachos e a suavidade da sua pele.- Adoro Nessie. – repeti maravilhada – Obrigada meu amor.
Nessie passou o resto da tarde a jogar jogos de tabuleiro com Edward e os tios, enquanto Esme e eu falávamos da comida que iriam servir na festa.
Ao cair da noite, eu e Edward voltámos para a nossa casa. Aparentemente tinha que me arranjar para a minha festa de aniversário.
- Não foste difícil de convencer... Quero dizer, não te opuseste à festa...
- Adianta? A Alice ganha sempre a dela...
- Ajuda se te disser que eu participei na organização?- disse num tom repleto de esperança.- Creio que estará mais ao teu gosto.
– Humm...sendo assim já não me custará tanto.- murmurei encantada.
- Espero que não. – disse num sorriso repleto de esperança e expectativa.
Decidi animar-me para esta festa. Mais do que o normal. Ele merecia e eu faço de tudo para vê-lo sentir-se satisfeito sabendo que me agradou. 'Não custa nada', pensei.
Ao chegar a casa reparei como tudo havia mudado desde o início. Nessie estava enorme, pelo menos aos meus olhos de mãe. Edward e eu tínhamos evoluído bastante enquanto casal. As ligações familiares haviam-se cimentado bastante e tudo parecia tão estabelecido e tranquilo. Como se nada pudesse abalar este retrato de felizes para sempre. Parei em frente a uma consola com retratos da nossa família: Charlie, Nessie, Edward e eu, Renée. A maioria das vezes tentava não pensar muito nela. Assim, as saudades ficavam seladas e enevoadas numa gaveta mal fechada na minha mente. Alguns dias este método funcionava, outros não. Hoje era um desses dias. Levemente passei os dedos por cima da fotografia dela, como se a acariciasse. Tinha saudades da minha mãe, mas não podia estar com ela.
Sentia saudades do seu perfume, do aconchego do seu abraço, da sua voz suave e tão reconfortante. Não poder incluir a minha mãe era o único 'senão' desta nova vida. Não era algo que me ensombrasse a felicidade nem nada do género. Era apenas um sonho: poder estar com ela e poder dizer-lhe que estava bem e feliz, muito feliz. Sabia que ela estava bem. Ocasionalmente falávamos, mais por email do que por telefone. O bom é que Edward e Esme eram óptimos a criar justificações para eu não ter que atender as suas chamadas – o que não era, de todo, algo de que eu gostasse. Mentir só agravava o sentimento de saudade juntando um pouco de culpa. Mas era necessário. A minha mãe sempre foi um pouco impressionável demais. O Charlie lida muito bem com tudo isto, mas tenho quase a certeza que a minha mãe nunca iria acreditar realmente numa qualquer história que contássemos. Ia começar a fazer muitas perguntas.
Encostei os meus lábios à foto e sussurrei um 'amo-te'. E quando olhei para o relógio de pêndulo da sala reparei que estava na hora de me preparar.
Escolhi um vestido simples, sem grandes brilhos e lantejoulas, mas bastante elegante. O tecido contornava cada curva do meu corpo e a cor, segundo Edward, contrastava muito bem com o tom da minha pele: azul-escuro. Assim, Alice não sentiria necessidade de vir escolher a minha roupa na minha festa de aniversário.
Procurei fazer um penteado despretensioso e uma maquilhagem em que sobressaíssem os meus olhos agora cor de bronze, tal e qual os do meu amor. Pintei os meus lábios de um tom rubi vibrante. E senti-me bastante confiante para enfrentar a minha própria festa de aniversário.
- Azul... - murmurou Edward agora na soleira da porta do quarto de vestir. O seu sorriso inebriante, de uma criança extasiada com algo arrancou-me uma gargalhada tímida.
- Estou impressionado. É espantosa a forma como consegues surpreender-me. Estás linda.
- Que exagero...é um vestido simples. Se a tua irmã aqui viesse provavelmente encher-me-ia de purpurinas e lantejoulas.
- Provavelmente. – disse mostrando um sorriso malandro. - Mas essa não és tu. Nunca foste. Estás perfeitamente linda. Como sempre.
- Tens uma ligeira tendência para o exagero não?
- E será que nunca vais ter uma ideia clara de ti mesma? – inquiriu recordando velhas palavras de tempos passados.
Virei-me para que me colocasse o colar que a nossa filha havia oferecido.
- Perfeita. – declarou como se fosse um pintor a terminar a sua obra de arte.
Beijei-o e entrelacei as nossas mãos, guiando-nos porta fora, pela floresta, em direção à casa grande.

 



Constança às 21:54 | link do post | comentar

13 comentários:
De Sun a 24 de Junho de 2012 às 13:48
Estou no Instituto Politécnico do Porto. (ESE)

Sim são. E eu gosto de escrever sem pressões, com tempo e inspiração.


Beijinho ^^)


De Gabriela a 24 de Junho de 2012 às 19:16
Eu estou em vila real, em bioquimica. e continua a escrever assim q escreves mesmo muito bem :)
bjnhu


De Sun a 24 de Junho de 2012 às 22:09
Obrigada!!! ;)


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