Sexta-feira, 31.08.12

Será que o Robert Pattinson acaba de se tornar numa nova sensação? Então vejam já. Porque o filme Cosmopolis, a adaptação do livro de Don DeLillo feita por David Cronenberg, está prestes a anunciar a verdadeira chegada do rapaz britânico de 26 anos. A Little White Lies encontrou-se com o actor para conversar sobre o filme e o facto de ele estar sempre preparado para um novo desafio.

 

Nós estávamos em Cannes quando o filme foi mostrado pela primeira vez. Como é que foi essa experiência para ti?

Foi um bocado assustador, principalmente porque nunca tinha estado numa première com um público potencialmente hostil. É um filme que poderia contar com opiniões diferentes, porque é muito falado e em Cannes tínhamos que lidar com a complexidade da barreira linguística. Eu lembro-me de estar ali sentado a olhar para aquelas caras sem expressão. Ninguém se estava a rir. Eu sinceramente pensei que ia ser vaiado. Fiquei contente por isso não ter acontecido.

 

O ser vaiado em Cannes é quase como uma grande festa, não leves isso muito a sério.

Eu sei, eu sei. Mas depois o David Cronenberg disse-me que, quando a cena do crash foi mostrada, o público estava mesmo a gritar. As pessoas começaram a ficar selvagens durante o filme. Eu estive a falar com o Gaspar Noé no outro dia e ele disse-me que, com o filme Irreversible, as pessoas não paravam de perguntar como é que era possível gostar daquilo. Ele estava ao pé do actor que fez de violador – Jo Prestia – a pensar, ‘eu vou ser morto depois disto’.

 

Estavas confortável ao estar na companhia do David?

Sim, completamente. Ele estava muito descontraído. Normalmente quando vamos a uma première, não costumamos ficar lá a ver o filme todo, mas em Cannes, ficamos lá à espera de saber se vamos ser aplaudidos ou vaiados. É uma experiência bastante assustadora num ambiente estranho. Mas eu já tinha visto o filme antes de estar em Cannes e gostei. O que é uma coisa muito rara visto que normalmente não gosto das coisas que eu faço.

 

O Cosmopolis foi um projecto que te foi oferecido ou foste tu que o procuraste?

Eu li o guião um ano antes de ter feito o filme. Alguém me enviou o guião visto tratar-se de um guião muito bem escrito. Eu tinha gostado bastante do guião mas não mostrei muito interesse porque supostamente era o Colin Farrell que seria escolhido para o papel, mas ele saiu do projecto e de repente fui eu que fiquei com o papel dele.

 

Como é que foi estar a trabalhar num set bastante reduzido, na parte de trás de uma limousine durante a maior parte do filme em que apenas partilhas o ecrã com outros actores apenas alguns minutos?

Eu trabalhei com os actores durante cerca de dois ou três dias, mas quanto mais tempo passávamos a gravar a cena, maior reduzida ela ficava no filme. Naquela cena inicial com o Jay Baruchel, nós demorámos cerca de três ou quatro dias e as outras foram geralmente menos demoradas. Passadas duas semanas de gravações, normalmente, começamos a descontrairmo-nos e entramos na rotina de trabalho, mas com o Cosmopolis havia sempre novas pessoas a entrar. Faz-nos manter os pés na terra, e a pensar no nosso trabalho e é como se estivéssemos a gravar filmes dentro desse próprio filme, mas acostumei-me a isso, porque o set torna-se familiar para nós.

 

Era difícil o David estar a realizar o filme fora da limousine?

Ao princípio foi um bocado estranho, mas já me tinha ocorrido no filme do Harry Potter algo parecido ao gravar debaixo de água, por isso já tinha alguma experiência em gravar sem ter o realizador ao pé de mim. Era parecido com isso em alguns sentidos porque não conseguia ver nada para além daquilo que estava dentro da limousine e a câmara que estava montada naquela grua. O David mantinha sempre a câmara incrivelmente perto da minha cara com a lente bastante aberta. Por isso tinha uma ligação muito diferente com a câmara, porque normalmente tentamos criar uma empatia com a pessoa que está atrás da câmara, nós ignoramos a câmara. Neste caso, estava a fazer tudo para a câmara, era como se não estivesse ninguém a observar, como se ninguém fosse ver. Era como se eu fosse um amigo próximo daquela máquina.

 

Vês este filme como um salto significativo para a tua carreira?

Não muito, porque o filme é bastante obscuro. Não é que toda a gente o vá perceber. Mas sim, é um bom passo para a minha carreira e o tipo de coisas que eu gosto de fazer.

 

E agora estás à procura de filmes como este?

Não é que eu tivesse ido procurar o filme com maior risco. Para ser sincero, o que me atraiu foi o facto de poder trabalhar com o David e a qualidade do guião, que é muito maior comparado com alguns outros guiões que tenho lido por aí. Eu nunca tinha lido nada do Don DeLillo, por isso serviu para me abrir a mente. Mas eu nem sempre estou à procura de coisas obscuras. Os projectos que vou fazer a seguir ao Cosmopolis não são tão estranhos como este, mas são artisticamente ambiciosos.

 

Poucos actores recebem a atenção que tu recebes, sentes alguma pressão em fazer papéis maiores por causa disso?

Não sei. Se eu me conseguisse manter num patamar em que estivesse sempre a trabalhar, eu ficava contente. Mas eu não consigo prever qual o caminho que a indústria cinematográfica vai seguir. As coisas podem mudar rapidamente; existem pessoas que eram muito influentes há uns anos atrás e agora nem sequer entram em filme algum. Agora as pessoas aparentam gostar de mim, mas isso não vai durar para sempre. Honestamente, acho isto um pouco absurdo. Eu estou apenas a tentar fazer coisas interessantes durante o maior espaço de tempo que conseguir.

 

O que é que tu gostas nos filmes?

Acho que é a maneira mais fácil de educar as pessoas em muitos níveis. Eu lembro-me de ver os filmes do Jean Luc Godard quando era pequeno e depois ficar a conhecer o Henry Miller e, a partir daí, descobrir o Tom Waits e entrar nesse mundo. Os filmes ensinaram-me muito mais do que qualquer livro que eu tenha lido na escola. Eu nem sequer estava interessado em fazer filmes quando os via quando era pequeno. Agora não me consigo imaginar a fazer outra coisa.  

 

 

Tradução e adaptação: TP (por Ana Galrão)
Via | Fonte



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