Kristen Stewart diz muitos palavrões. Isso instantaneamente faz dela um ser humano e não o ícone dos tablóides que ela involuntariamente é, com 22 anos, graças à Saga Crepúsculo e à sua constante presença nos media.
Stewart está no ‘Toronto Film Festival’ com ‘On the Road’, uma adaptação do romance de Jack Kerouac, um clássico da geração ‘Beat’, no qual interpreta Marylou, a jovem sexual, aventureira e selvagem noiva do carismático Dean Moriarty.
(Sim, há cenas de nudez. Não, não são explícitas.) Ela foi juntada a Garret Hedlund, que interpreta Moriarty, e os dois estão muito animados quando discutem nas entrevistas, sobre o estilo de improvisação do realizador, Walter Salles, incentivado durante o processo de ensaio.
“Eu torturei-me da forma mais incrível, mais maravilhosa durante quatro semanas”, diz ela, “e, em seguida, após as quatro semanas terem passado era como: ‘Precisas de parar de pensar, porque se não, irás arrepender-te desta experiência. Irás olhar para trás e dizer: Estraguei tudo. Pensei muito.’”
Stewart diz que o facto de ela ter interpretado uma pessoal real – a referida Henderson, que foi a base para a personagem ficcional de Kerouac, Marylou – fez com que tivesse mais um pouco de cuidado nos seus improvisos próprios.
“É sempre divertido ter liberdade e ter, como, acidentes felizes aonde quer que vamos: ‘Uau, isso é fixe, eu não esperava isso’”, ela diz. “Mas quando estás a interpretar alguém que (realmente) existiu, tu sabes…” Ela pára, e repensa na sua posição.
“Eu não quero desacreditar o que se sente ao interpretar uma personagem que foi escrita por alguém”, ela continua. “Sentes-te tão responsável por quem escreveu e por todos os que foram afectados por essa personagem.”
Não há dúvida que na minha mente ela refere-se a Bella Swan. E eu tenho que respeitar os seus instintos; dados quantos milhões de pessoas adoram os filmes de Crepúsculo e poderia ligar-me a ela num segundo, numa válida observação fora do contexto, que é a coisa mais experiente a fazer. Mas também é uma porcaria, e ela sabe disso, porque assim que ela terminar esta declaração, Stewart retorna ao seu ponto real e à sua energia dispara novamente.
“Já interpretei Joan Jett,” ela diz, “e porque ela estava sempre no set, todos os dias, eu não podia improvisar. Eu não podia. Tudo o que eu disse, falei com ela sobre isso. Tu sabes – não podes colocar palavras na tua boca se não as sabes. A menos que estejas realmente a sentir isso, e vêm do sítio certo.”