Realmente, Bella tinha razão, Alice era fanática por compras, e levava-me sempre com ela, o que até não era um ponto negativo, pois ela não era como Edward, e adorava coisas mais... provocadoras.

Limitou-se apenas a dar um encontrão em Emmett, e aproximou-se de mim, com um distorce nos lábios, que eu pensei ser um sorriso.

Acenei que sim com a cabeça, e segui-o até ao seu escritório. Entrámos, e a decoração não tinha mudado.

Alguns dos quadros de Carlisle estavam pendurados na sua parede. Uma enorme estante cheia de livros estava á minha direita.

Em frente, estava a sua secretária. Alguns papéis, e uma foto de nós três. Eu, Bella e ele.

Sentou-se na cadeira principal e esperou até que me sentasse na cadeira em frente a ele. Assim o fiz, esperando que o seu discurso começasse.

- Ness.. Eu sei que pensas que sou o pior pai do Mundo. E queria pedir-te desculpas. - Olhava-me com profundo arrependimento nos olhos e aí percebi que ele realmente estava a ser sincero.

Esperei que continuasse. Ele respirou fundo, não que precisasse, mas por hábito, e continuou a falar para mim.

- É só que, tenta perceber a minha posição. O Jacob é um inimigo, claro que dadas as cirscunstâncias já nada disso importa, e que ele é agora um aliado nosso, mas é diferente quando toca nestes assuntos. És minha filha, sei que não gostas, mas num pai, é normal querermos proteger os nossos bébés. Sei o quanto o amas, a tua mãe explicou-me e fez-me ver a realidade, como sempre faz. - riu-se ao pensar nela, mas depressa se recompôs. - Se tentar encontrá-lo e ... - a palavra não lhe saía- ficar com ele, te faz feliz. Então eu prometo que vou tentar compreender.

O Edward que eu pensava ser o real, era apenas um alter ego que ele tinha. Afinal ele preocupava-se, e eu tinha sido algo injusta. Tudo aquilo estava ainda a entrar na minha cabeça. Ele não pressionou para que lhe respondesse, apenas esperou por mim.

Era um sentimento agradável poder sentir que afinal, ele se preocupava, e iria tentar compreender o meu amor por Jacob. Realmente, era tudo o que eu queria.

Levantei-me e dirigi-me até á sua cadeira. Ele esperou, confuso, para ver o que iria fazer. Permiti que ele lêsse os meus pensamentos, e um largo sorriso lhe invadiu o rosto perfeito. Estendeu os braços e afastou a cadeira da sua mesa.

Sentei-me no seu colo e dei-lhe um grande abraço, que para muitos os podia partir em bocados, mas para nós era apenas algo normal. Ficámos assim um bom tempo.

Ele abriu os olhos espantado e reconfortou-me no seu colo. Não era usual eu chamar-lhe pai. Nunca tinha sido.

Continuou fazendo-me festinhas na cara durante algum tempo. Tempo, algo a que eu agora não dava importância.

Deixou um leve beijo na minha testa e eu levantei-me. Saímos do seu escritório indo ter com a família, que esperava ansiosamente.

Jasper e Emmett faziam um jogo de braço-de-ferro, como sempre, enquanto que Bella, Rosalie e Alice falavam da próxima "caçada".

Encaminhámo-nos em direcção á casa de Charlie. Ele esperava-nos á porta, com um sorriso que emanava saudade.

- Espero que isto seja algo bom. - Sorriu-me e eu agarrei o envelope. Tinha o meu nome lá escrito, e a caligrafia não me era estranha.

Uma grande vaga de esperança me envolveu, e o sorriso que era pequeno, agora tornava-se imenso e inalterável.