Boa noite Twilighters!
Quero agradecer os comentários positivos que ainda continuam a surgir apesar de haver imensas fanfics, cada uma diferente da outra, sempre a aparecer.! ;)
Obrigada a todas a vossa fieldade! =D
Capitulo 4 Parte 5
Espero que gostem (agora que as coisas vão aquecer um pouco!)
«Summer»
[Último Parágrafo]
- Então quer dizer que apenas ouves o que eu quero que ouças. Apenas o que eu disser. – Keith abanou afirmativamente a cabeça. – Quer dizer, se eu pensar “Que gajo tão giro!” tu vais ouvir, mas se eu me lembrar que a Jane me disse que aquele gajo era muito giro tu já não ouves nada.
- Ora nem mais! – Disse um Keith orgulhoso.
- Interessante. - Olhei para o meu relógio de pulso. 13 horas e 55 minutos. – Ora bolas. – Disse saltando do puff e pondo-me em pé num ápice. - Tenho aulas às 14 horas.
***
Apressei-me a percorrer o caminho de volta para a universidade com Keith atrás de mim. Em 3 minutos estávamos de regresso. Abrandamos o ritmo para a passada normal quando tocamos com os pés no chão.
- Sabes, gostei bastante deste bocadinho que tivemos a falar. – Disse Keith enquanto olhava em frente, certificando-se de que ninguém tinha reparado que acabávamos de sair de um beco sem saída.
- Eu também. Sabe bem poder falar abertamente com alguém que não seja da minha família. - Lembrei-me dos lobos e sorri. – Ou que não me tenha visto crescer.
Ele encarou-me com um olhar penetrante e vislumbrei angustia a atravessa-lo. Mas Keith recompôs-se depressa. Sorriu, um sorriso que não lhe chegou aos olhos, parou antes de virar-mos a última esquina para a universidade e tirou lentes novas do seu bolso direito. Apressou-se a colocá-las e tinha de novo uma cor acastanhada.
- Estão bem. – Disse-lhe quando me encarou a confirmar a posição das mesmas. De seguida voltamos a andar.
Assim que entramos no edifício despedimo-nos com um «até logo» e cada um seguiu para a sua sala. Assim que cheguei à minha sentei-me ao lado de Jane, tirei o meu casaco salpicado pela chuva e dobrei-o nas costas da cadeira. Ela estava com um livro de capa vermelha aberto e absorvia as palavras. Os meus cadernos estavam pousados à minha frente na mesa. Baixei a cabeça e li o título “Amante de Sonho”. Assim que acabei de o fazer Jane soltou um suspiro profundo e fechou o livro com um olhar sonhador. Franzi o sobrolho na sua direcção.
- Também quero um Julian da Macedónia que me faça vibrar! – Disse ainda com o mesmo olhar distante e um sorriso nos lábios.
- Julian da Macedónia? O guerreiro espartano que foi condenado pelos Deuses a servir as mulheres para toda a eternidade, dando-lhes prazer? – Gostava de mitologia, e apesar desta personagem não ser uma das principais Jasper e Alice já me tinham falado nela. Jasper era o meu professor particular das grandes guerras e é claro que as guerras contra os Romanos não lhe eram indiferentes.
- Sim esse mesmo. Este livro fala de uma mulher do século XXI que o chamou do livro, mas não quis tratá-lo com um brinquedo sexual e por isso anda a mostrar-lhe o mundo moderno.
- Ah. Parece interessante. – Encarei o meu caderno e abri-o numa folha em branco, pronta a tirar apontamentos da aula.
O professor entrou na sala e mal acabou de nos cumprimentar começou logo a debitar matéria. Quando ele se virou para o quadro e começou por desenhar um esquema de um tendão Jane inclinou-se na minha direcção.
- Eu acho que seria horrível. – Começou por dizer.
- Que seria horrível o quê? – Perguntei distraidamente.
- Ser aprisionada num livro e só sair para servir terceiros. Não ter qualquer controle da minha vida. – Fez uma pausa e pensou por momentos. – Ás vezes ponho-me a pensar, e se a nossa vida fosse regida por um livro?
Tirei os olhos do quadro e encarei-a.
- Como assim?
- Imagina que um dia pegavas num livro ao calhas e toda a tua vida estava lá exposta? – Senti um aperto no estômago. – A tua, a dos teus amigos, da tua família. Acho que seria muito estranho.
Fiquei petrificada a olhar para Jane. Porque é que ela estava a falar disto? A mim tinha-me acontecido isso. Ler toda a vida dos meus pais, da minha família e dos meus amigos lobos, num livro que vim a descobrir por acaso, e que se tornara um sucesso. Ao ver o meu olhar fixo Jane continuou.
- É claro que acho muito pouco provável, se não impossível, que isso aconteça. Mas acho que seria estranho. Imagina que acontece. A minha maior dúvida seria: “Como raio esta pessoa conhece tantos pormenores da minha vida? Como é possível que não me conheça e ao mesmo tempo saiba tanto sobre mim.”. – O olhar de Jane brilhava de excitação e imaginação. O meu estava apagado de medo e de dúvidas.
- Tens razão. – Tentei levar esta conversa num assunto indiferente, casual, mas a voz falhou-me. Clareei a garganta e prossegui. – É realmente um pouco improvável que isso aconteça. Digno de um filme. – Sorri, ainda que meio falso.
- Pois é. Já estou a divagar. – Jane soltou uma leve risada e voltou a sua atenção para o quadro e para as explicações do professor.
- Mas…e se isso acontecesse? – Continuei. Jane olhou-me de lado, como que certificando-se que estaria a falar com ela, dado que a minha voz estava meia apagada. – Imagina que algo assim te acontecia. O que farias?
Rodou a cabeça na minha direcção.
- Ora Summer, estava só a brincar. Como se costuma dizer, estava a «viajar na maionese».
- Sim, mas agora eu faço-te essa pergunta. Se acontecesse contigo, o que farias?
- Não sei. – Apoiou a cabeça na mão direita e olhou para o tecto. – Mas acho que iria gostar de conhecer o autor desse livro e tentar saber de onde é que ele tinha tirado tanta informação. Como é que ele sabia tanto sobre mim. Ficava meia assustada! – Ao ver o meu olhar vidrado Jane desvalorizou. – Mas isto é muita ficção. Vamos voltar para o presente.
Mas já não consegui concentrar-me.
O relógio assinalou o fim da aula e saí apressadamente para o corredor. Jane correu atrás de mim.
- Hey, espera! Porque vais com tanta pressa? – Gritou para as minhas costas.
Eu só queria sair dali o mais rapidamente possível, ir para casa e esquecer a conversa que tivéramos. Esquecer os livros de Crepúsculo e o seu conteúdo. Esquecer tudo, até mesmo quem eu era.
- Estou a sentir-me um bocadinho mal disposta Jane. Vou para casa. Logo à noite digo-te coisas. Até amanhã. – Falei por cima do ombro, sempre sem abrandar o passo. Jane ficou parada no corredor, sabia que a tinha magoado mas amanhã resolveria as coisas. Ela não era de guardar rancor.
Assim que virei para o corredor das portas de saída Keith apareceu à minha frente, barrando-me o caminho.
- O que se passa? – Perguntou obrigando-me a parar.
- Nada Keith, está tudo bem. Só preciso de ir para casa. – Tentei desviar-me dele mas não conseguia. Ele punha-se sempre à minha frente.
- O que foi aquilo de um autor escrever a tua vida num livro?
Parei de tentar fugir-lhe. Em vez disso encarei-o estupefacta com a sua pergunta.
- Como?! Como é que sabes sobre isso? – Franzi o sobrolho de boca um pouco aberta.
- A Jane. – Limitou-se a dizer. E bastou-me para perceber que ele tinha acompanhado a nossa conversa através do pensamento dela.
Senti que a minha privacidade tinha sido violada. Apertei os cadernos fortemente contra o meu peito e sem querer deixei que a minha mente gritasse «Como foste capaz?» e desatei a andar apressadamente em direcção às grandes portas de madeira e vidro. Senti Keith atrás de mim.
- Desculpa Summer. Foi sem querer. A aula estava a ser uma seca então decidi ver como estavas. Não queria ouvirr a tua conversa com a tua amiga mas estava a ser muito interessante. – Tentou colocar uma mão no meu ombro ao que eu sacudi prontamente. – Summer, espera!
Virei-me de rompante para trás e falei.
- Deixa-me em paz! – Rodei sobre os calcanhares e continuei a minha marcha.
Mal entrei em casa atirei os cadernos para cima da mesa da cozinha. A conversa que tinha tido com Jane não me saía da cabeça, assim como as suas palavras “Mas acho que iria gostar de conhecer o autor desse livro e tentar saber de onde é que ele tinha tirado tanta informação. Como é que ele sabia tanto sobre mim.”.
Subi para o meu quarto e debrucei-me sobre a secretária. O livro “Amanhecer” estava meio escondido num dos espaços da mesma. Peguei nele e passei o dedo pelo título e depois pelo nome da autora «Stephenie Meyer».
Tomei uma decisão. Sentei-me na cadeira e liguei o portátil. Iria precisar de fazer algumas pesquisas.
***