Podem ler aqui o quarta parte do quinto capítulo da Fanfic da Elisabete! Boas Leituras!
V.4
Uma semana tinha passado desde a noite em que descobrira que o meu pai estava vivo. Jacob tinha vindo ter comigo assim que soube que Edward estava de volta. Era uma tarde de Domingo, num dia primaveril cheio de sol e calor. Jake e eu estávamos no jardim improvisado no telhado da minha pequena casa. As minhas tulipas começavam a querer furar a terra dos vasos e borboletas passeavam ocasionalmente entre elas.
Jake bebia uma 7Up e olhava as crianças a correr no Central Park.
- Que tal é a sensação de voltares a ter um pai? – Perguntou depois de dar um gole através da palhinha da sua bebida.
- Não sei bem. – Cocei a cabeça distraidamente. – Ás vezes é boa, já não sinto um vazio tão grande, mas não sei bem como lidar com o Edward. Chamá-lo de “pai” não me parece correcto.
Jacob franziu o sobrolho na minha direcção enquanto levava a palhinha uma vez mais à boca.
- Não me olhes assim, “pai” é uma palavra que utilizei apenas umas 5 vezes em toda a minha vida, e foi para fingir que Carlisle era o meu pai. E depois…o Edward parece mais novo que eu, é estranho chamar pai a um homem que aparenta ter 17 anos.
- Sim, acho que também não me iria sentir muito bem. – Jake olhou para cima e depois estremeceu como se estivesse a imaginar alguma coisa desagradável.
- O que me atormenta mais é que eu sei o quanto ele gostava que eu o chama-se de pai. O Edward não me diz nada mas eu vejo pelos seus olhos o quanto se sente magoado cada vez que o trato pelo nome, apesar de o tentar disfarçar. – Olhei para as minhas mãos e brinquei com os dedos.
Ele parou de roer a palha e inclinou-se através do braço da cadeira desdobrável onde se encontrava na minha direcção.
- Summer, conhecendo o Edward como o conheço posso afirmar que ele compreende essa situação. Não te preocupes tanto com isso e verás que quando menos esperares te irás sentir confortável para o tratares como ele gostava. – Sorriu e voltou novamente o seu olhar para as crianças em Central Park.
A manhã de Segunda-feira nasceu brilhante e solarenga. Acordei antes do despertador com os pássaros a cantar no relvado em frente da minha casa. Abri um pouco a janela do meu quarto para deixar que a brisa matinal o refrescasse.
Saí de casa com tempo para poder caminhar calmamente em direcção à universidade. Enquanto passeava desfrutava do calor do sol a bater na pele. Lembrei-me de Jake, na cama do outro quarto da minha casa, a ressonar, em cima dos lençóis. Tinha-lhe deixado um bilhete na porta do frigorífico a dizer onde poderia encontrar a torradeira e o pão e como funcionava o microondas. Tinha-lhe deixado também o meu número de telemóvel caso ele precisasse de alguma coisa. Perguntava-me se ele seria capaz de sobreviver umas horas sozinho em casa, se saberia cuidar de si ou se sairia para a rua à procura da primeira pastelaria que visse, quando do outro lado do passeio, alguns metros mais à frente, estava uma multidão, maioritariamente mulheres e jovens do sexo feminino. Dei três passos e elas começaram a gritar histericamente “Rob”, “Robert Pattinson”, “Morde-me”, enquanto um rapaz, rodeado de grandes capangas cheios de músculos tentava furar pela multidão.
Baixei o olhar para os meus próprios pés e mordi o lábio inferior enquanto pensava “Oh não. Outra vez?”. Quando voltei a olhar na direcção da multidão vi tudo o que se passou nos segundos a seguir em câmara lenta. Uma jovem que conseguiu furar o cordão de segurança e tentava agarrar Rob, este, com o susto e o desespero, a fugir a correr para o meio da estrada e um taxista distraído a levar o táxi na direcção deste.
“Ele não tem hipótese de escapar.”, Assim que pensei estas palavras desatei a correr na sua direcção sem me preocupar com quem me pudesse estar a ver desaparecer de repente daquele sítio.
Robert parou no meio da estrada quando reparou no táxi demasiado perto de si. O taxista travou a fundo e o som dos pneus a chiar no asfalto fez com que as fãs gritassem e se encolhessem, esperando pelo embate.
Consegui chegar perto de Rob e agarra-lo pelos ombros para o tirar da frente do táxi um segundo antes deste lhe bater nos joelhos. Ele fechou os olhos esperando o seu destino, mas em vez da dor que pensava vir a sentir sentiu-se elevar-se no ar, de seguida ouviu um baque profundo, como chapa a bater contra chapa, como uma colisão entre carros e no momento seguinte estava a cair um pouco desamparadamente no chão, esmurrando o cotovelo no asfalto.
Quando abriu os olhos viu um par de olhos verdes claros, um verde fora do comum mas que reconhecia de algum lado, a olhá-lo fixamente.
- Tu estás bem? – Perguntei-lhe preocupada. Ele não me respondeu, limitava-se a olhar-me fixamente de boca meia aberta e olhos de surpresa. – Rob? Estás bem? Não te magoas-te?
Sabia que ele tinha caído meio desamparado quando a beira do pára-choques do táxi meu bateu no joelho esquerdo fazendo-me perder o equilíbrio. Felizmente tinha sido de raspão e não estava visivelmente amolgado, apenas um pouco. Estávamos do lado do condutor, Robert estava sentado no asfalto com as costas encostadas à roda dianteira e eu encontrava-me agachada à sua frente. Abanei-o mais uma vez.
- Robert, estás a ouvir-me?
Do outro lado do táxi ouvi os seguranças correrem na nossa direcção. A porta do condutor do táxi abriu-se e de lá de dentro saiu um taxista de meia-idade, de origem hispânica e com as mãos no cimo da cabeça.
“Dios mio”, dizia-a ele repetidamente.
Em poucos segundos os seguranças puseram-se ao nosso lado, afastando-me rapidamente para chegarem até Rob. Ele pareceu despertar com a chegada dos seus protectores.
- Eu estou bem. Foi só um arranhão, estou bem. – Ergueu a mão esquerda acima da cabeça para tapar o sol enquanto me via levantar.
Vacilei um pouco antes de me erguer completamente quando senti o meu joelho esquerdo doer e estalar. Fiz um pequeno esgar de dor mas levantei-me sem demoras.
- Tu…tu magoaste-te! – Disse Robert enquanto se apressava a levantar e a apontar na minha direcção. Os seguranças olharam para mim como se só agora se apercebessem que eu ali estava.
- Eu estou bem. – Fiz um pequeno sorriso encorajador.
- Mas eu ouvi…o táxi bateu-te, eu ouvi. – Ele continuava a balançar o dedo à minha frente.
- Não, nem me tocou. Safamo-nos de boa. – Alarguei um pouco mais o meu sorriso na esperança que ele acreditasse em mim.
Não sei se resultou mas o que é certo é que Rob parou de falar e limitou-se a olhar para mim enquanto franzia o sobrolho. Quando ele baixou o braço senti o cheiro a sangue.
- Tu é que precisas de tratamento. – Disse-lhe enquanto apontava o seu cotovelo que começara a sangrar.
Robert rodou a camisa ensanguentada na sua direcção e silvou entre dentes quando o tecido roçou a ferida. Os seguranças apressaram-se a agarrá-lo para o encaminharem na direcção do hotel, mas antes que pudesse virar costas e seguir o meu caminho este agarrou-me pelo braço.
- Tu vens comigo!
- Porque é que hei-de ir contigo, não me magoei. – Apressei-me a dizer.
- Vens comigo porque me salvaste e eu quero-te agradecer da maneira mais correcta. – Agarrou-me o braço e levou-me de arrasto.
Reprimi uma expressão de dor quando forcei o meu joelho a andar. Não sabia porque é que ele me doía tanto.