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Capítulo 8
Preparativos
E pensar que ficaram com medo da presença dos Volturi, era agora de rir, ao deparar-me com a imensidão de folhas escritas ou rasuradas, papeis, tecidos, listas de compras e convites por enviar.
Agora sim, começara a ter pena de Edward.
A festa que Alice lhe preparava tinha dimensões extremas, que levavam qualquer pessoa simples, ao fim da sua sanidade mental.
- Alice? Bola de Espelhos? – Engoli em seco – Som de trinta colunas espalhadas pela casa? Queres por toda a gente surda? – Perguntei-lhe.
- Bella, são colunas pequenas! E não te esqueças que temos dois pisos, com fachadas isolantes, o que faz com que o som não se propague! – reclamou Alice delirante.
- Edward, tu é que devias estar aqui a defender a tua posição, não eu!
- Já nem vale a pena! – Resmungou Edward do outro lado da sala.
Suspirei e perguntei:
- Então Alice, precisas de ajuda para fazer alguma coisa? – Perguntei-lhe, rezando para que ela se limitasse a mandar-me sentar.
- Preciso! – Disse Alice, com um brilho de êxtase nos olhos. – Estão ali muitos cartões, que têm de ser metidos nos respectivos envelopes, para se mandarem, o mais rapidamente possível. – Alice parou, para recuperar o fôlego, e continuou – Já que ninguém nesta casa me ajuda!
- Eu estou a encomendar a comida, para os convidados humanos... – disse Rosalie.
- Humanos? – Perguntei confusa.
- Sim, os lobisomens, o Charlie, a Sue, a Renee e o Phil.
Fiquei repentinamente nervosa. Ainda não sabia se estava preparada para a reacção que viria da minha instável e ultra sensível mãe. E sabia que a minha mãe, nunca estaria preparada para ver a sua filha, que tantos anos criara, com uma face completamente diferente do que presenciara no seu crescimento. E ficaria destroçada, quando verificasse que era agora semelhante com o rosto de Esme, Alice, Rosalie, ou mesmo Violet. Aquilo que também me amedrontava era o facto de a minha ultra-sensível mãe, não lidar muito bem com seres fora da sua realidade. Eu saíra a Charlie, destemida, lidando muito bem com seres estranhos e fora do mundo convencional.
A mais preocupante das coisas, era o facto de a minha mãe, ainda nunca ter visto a minha filha, Renesmee, que agora aparentava ter 5 anos, tendo apenas 1 ano e meio de vida. A minha mãe já me pedira que levasse a minha filha a Jacksonville, mas a verdade é que adiara o máximo que podia, para que a surpresa da minha mãe pudesse ser contida ao máximo. A minha filha, agora com o seu desenvolvimento psicológico totalmente adulto, falava connosco numa linguagem fluente, articulando cada palavra, com a sua voz de soprano.
A maior pergunta instalava-se na minha mente, «como iria a minha mãe reagir!»
- Que se passa Bella? – Perguntou Jasper – Estás nervosa.
- É a Renee, como é que ela irá reagir quando vir que a sua filha se parece mais com a Esme, do que com ela própria, ou quando vir que Renesmee, tem mais idade do que aquela que aparenta? – Despejei, cada vez mais nervosa.
- Tem calma Bella – disse Edward tentando me acalmar. – A tua mãe só ficará aqui algumas horas.
Eles não compreendiam, apenas bastavam três segundos para a minha mãe, ver as parecenças entre mim e Renesmee, como Charlie o fizera, e ver como eu estava diferente. E se a minha mãe não compreendesse, e pedisse respostas? Eu não as poderia dar, sem a condenar para uma eternidade imortal, que eu nunca suportaria que Renee vivesse.
- Ela não pode vir – disse tensa – Ela vai notar tudo, e eu não a quero condenar a uma vida imortal.
- Bella, não sejas tão exagerada, a Renee é sensível, mas é forte – disse Edward, agora rodeando-me a cintura com os seus braços. – Sabes que este encontro tinha de acontecer e já passaram dois anos, desde a tua última visita! Ela viria visitar-te, de qualquer modo.
- Tens razão – concluí – Ainda temos lentes de contacto? – Perguntei virando-me subitamente para Alice.
- Sim, temos umas quantas na terceira prateleira do lado esquerdo, na casa de banho.
- Obrigada! – Disse, soprando-lhe um beijo.
O resto da noite foi passada a pensar em velas, candelabros, fitas e toalhas de mesa.
Edward deixou-se ficar estendido no sofá, ao lado de Emmett, a ver o jogo de baseball no canal de desporto, e Esme e Rosalie, juntaram-se a Alice na preparação da festa. Eu fiquei junto de Renesmee que olhava atentamente para o puzzle de 5000 peças que eu lhe oferecera, colocando umas 50 peças a cada dez minutos.
**
- É melhor levarmos a Renesmee a casa, para dormir – disse a Edward quando o relógio da sala fez um suave ‘Tac’ , das três da manhã.
Não me importava de ficar com a minha filha ao colo a noite inteira, mas queria estar com Edward, sozinha.
- Também acho. – disse Edward, como que lendo os meus pensamentos. Pegou na manta de bordados que a mãe de Sue, oferece a Renesmee, e colocou por cima de Renesmee, que estava habitualmente quente.
Despedimo-nos da família, e corremos em direcção a casa.
Quando cheguei, deitei Renesmee na sua cama, de pinho envernizado, e tapei-a até à cintura.
Edward estava atrás de mim, respirando por cima de ombro. Um cheiro a mel, sol e Verão, invadiu-me a mente, e o desejo do seu corpo e da sua pele descontrolou-me a mente. Peguei na sua mão e atravessei o corredor, entrando no nosso quarto, e apagando a luz. Deitei-me na cama e beijei-o, intensamente, procurando saciar o desejo que sentia por ele.
Lembrei-me da nossa primeira vez, na casa de férias na ilha Esme. E foi aí que me lembrei, a prenda ideal, não apenas para ele, mas também para mim!
Parei de o beijar e fiquei estupefacta a olhar para o nada, pensando na brilhante ideia que acabara de ter.
- Que se passa? – perguntou Edward incrédulo, com a minha subita mudança de acção.
- Nada, nada. – Disse-lhe voltando a beijar-lhe o peito e delineando a sua forma do corpo com as mãos.
Agora só me faltava falar com Esme, que como bem sabia, iria de certeza nos deixar ir.
Ficamos a noite inteira, apaixonadamente consumidos pelo desejo que nos unia. Edward era a perfeição de homem que sempre procurara, e apenas com uma estúpida mudança de cidade, mudara a minha vida.
*
*
*
Faltava apenas um dia, para o aniversário de Edward e os últimos preparativos estavam a ser feitos por Alice.
Renee chegava dentro de algumas horas no pequeno aeroporto de Seattle, e então fui falar com Esme, acerca da prenda de Edward.
- Esme – Chamei quando ela passava por mim com alguns pratos descartáveis.
- Diz Bella – Disse-me com um grande sorriso.
- Queria te pedir um grande favor – Disse-lhe, com ar envergonhado. – Bem, eu não sabia bem o que oferecer a Edward, pelo seu aniversário, e então tive a ideia de o levar à ilha Esme, para voltar a recordar os tempos em que era humana – Disse esboçando um sorriso envergonhado.
- Claro! – Respondeu Esme, rindo baixinho. – Mas para isso tenho de ligar ao serviço de limpezas, mas desta vez não à o problema da comida – disse abraçando-me. – Tenho tanto orgulho em ti, minha filha.
- Obrigada Esme, obrigada mesmo – respondi-lhe meio atrapalhada.
- Bem, agora vou ter com a Alice, estamos a compor a mesa de comes e bebes. Até já! – Esme soprou-me um beijo, e depois de mais uns risinhos baixos, ouvi-a do outro lado da casa, a cortar, o que me parecia ser papel prata.
*
Edward ainda não estava em casa, tinha ido encomendar o bolo de aniversário, mais uma charada humana.
Cada vez estava mais nervosa com a chegada da minha mãe, pelo que fui ter com Renesmee, para me acalmar.
Renesmee estava sentada no cadeirão do quarto de Esme, a ler ‘Código Da Vinci’ de Dan Brown, na versão em Espanhol, e lia em voz alta, num espanhol, tão perfeito, que parecia ser a sua língua de origem.
«La Biblia es un producto del hombre, querida. No de Dios. La Biblia no cayó mágicamente de las nubes».
- Mãe! – disse, fechando de imediato o livro, e correndo para mim, com o seu sorriso mais perfeito e espontâneo do mundo.
- Filha! – disse-lhe completamente deliciada – Não te queria incomodar, só queria ver o que estavas a fazer.
- Não tem mal, mamã. Estava a ler um livro, mas não interessa. Vamos fazer alguma coisa juntas! – disse-me com os seus olhos a brilhar.
- Não parece má ideia, mas.. – Renesmee baixou os olhos, como que decepcionada - ... temos de ir buscar a tua avô ao aeroporto.
- Podíamos ir dar um passeio antes? – perguntou-me, fazendo renascer o seu esplendoroso sorriso.
- É uma óptima ideia, mas primeiro, tenho de telefonar ao teu pai, para o avisar de que não tem de me vir buscar a casa.
*
A minha filha rodopiava pelo campo verdejante, onde amores-perfeitos desabrochavam, anunciando o Verão tardio deste ano. Os seus cabelos voavam ao sabor do vento, e o seu cheiro a rosas, lavanda, e anis, espalhavam-se pela floresta quente, cheia de seres consumidos pelo calor.
Era tempo de ir buscar a Renee ao aeroporto.